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É inegável: o capitalismo precisa e produz uma subjetividade à sua imagem e semelhança. Mas como isso se dá no contexto atual? Inspirado no pensamento original de Félix Guattari, para o qual, aliás, este livro constitui excelente introdução, Maurizio Lazzarato dis- seca aqui as modalidades de “sujeição” produzidas pelo neoliberalismo, bem como a “servidão maquínica” que lhe é inerente. É toda uma dimensão pré-representacional, molecular e afetiva que assim vem à tona. As dinâmicas de existencialização, conforme a terminologia de Guattari, ou de subjetivação, segundo Foucault, ganham um papel preponderante no entrelaçamento entre o plano micro e macropolítico a que se propõe o autor.
Se a faceta polêmica está presente (contra a filosofia analítica, o lacanismo, a linguística, certo marxismo, bem como suas combinações – Badiou, Zizek, Rancière, Butler etc), é porque uma perspectiva filosófica e política imanente e agonística perpassa o livro como um todo, sem turvar o rigor e a clareza das análises.
Dispensável dizer a que ponto tudo isso serve para quem tenta compreender o que
se passa à nossa volta, por que a representa- ção política perde seu fôlego a cada dia, por onde passa e como funcionam os poderes hoje (a “ação sobre ação”, como dizia o último Foucault), e que modalidades de resistência efetiva se pode conceber.
Signos, máquinas, subjetividades representa, nesse contexto, um sopro vivo na imaginação política contemporânea.Peter Pál Pelbart
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