A TV é, sobretudo, espectáculo. Já o sabemos. Mas a TV informativa precisa de ser mais do que o país e o mundo em cena. Precisa de anunciar, mas também explicar o que se passa. Precisa de montar palcos com interlocutores diversificados que acrescentem valor àquilo que é debatido nos estúdios de informação. Precisa de instalar portas de entrada abertas à participação de todos aqueles que podem integrar de forma significativa o processo de produção de noticiabilidade.
A TV que temos (ainda) não é isto. É uma televisão pouco diversificada na informação que promove, elitista nos plateaux que cria e ainda muito longe de ser uma TV dos espectadores… Actualmente a televisão é, sobretudo, dos jornalistas, ou seja, é a classe jornalística (uma elite, sublinhe-se) que constrói e debate a actualidade.
Não é um retrato eufórico aquele que aqui se traça da informação televisiva dos canais portugueses. Que esta obra, mais do que mostrar a actual oferta informativa, seja uma oportunidade de reflexão acerca da urgência de inverter um caminho que, a continuar assim, acabará por nos fazer despenhar num espaço público apático, monocórdico, anestesiante… Para os tempos que correm, eis tudo o que não precisamo.
+info:
http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/tv_jornalistas