As mudanças anacrónicas e disruptivas, as dinâmicas sociopolíticas e o ativismo dos stakeholders aumentaram a necessidade de as organizações assumirem compromissos éticos e questionarem as suas práticas e impactos na sociedade. Os compromissos éticos permitem resolver microquestões e algumas preocupações legais, mas também desempenham um papel central na procura de soluções para os desafios locais e globais. Além disso, estas mudanças são adotadas pelas organizações de acordo com compromissos e posicionamentos estratégicos e não desempenham apenas um papel isolado. Este número especial procura propostas de investigação original que abordem a comunicação estratégica e organizacional a partir de um horizonte normativo e ético, que é cada vez mais exigido.
Na atualidade, as empresas enfrentam imperativos normativos para abordar questões sociais e participarem no discurso político, o que nos leva a ver casos de advocacia social corporativa ou o ativismo dos CEO, a par das estratégias tradicionais de cidadania empresarial e RSE. No entanto, persiste a hipocrisia empresarial, os comportamentos inautênticos e a “soft” propaganda, assim como os estratagemas de greenwashing e outros tipos de colorwashing (pink, rainbow, blue, etc.).
Convidamos à submissão de artigos empíricos, conceptuais e críticos que abordem questões como:
– governação normativa e ética na comunicação organizacional
– envolvimento estratégico em questões não comerciais
– o impacto social da retórica e das narrativas
– implicações regulatórias para o sector público
– ética, liderança e gestão da mudança
– o papel da comunicação estratégica na realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU
– comunicação no âmbito do modelo B Corp, do quarto sector e das organizações com fins sociais
– advocacia corporativa e social e ativismo dos CEO
– greenwashing e outros tipos de colorwashing