Imprensa lésbica brasileira: 40 anos de existência e muito por fazer

Cofundadoras do Arquivo Lésbico Brasileiro (ALB) recontam a trajetória de militância e papel da imprensa lésbica na história dos movimentos sociais do país

Caio C. Maia, Gabriela Coutinho, Larissa Martins e Paula Silveira-Barbosa

Em 1983, o “Amazonas” era publicado pela primeira vez, em Salvador. A iniciativa foi idealizada pelo Grupo Libertário Homossexual da Bahia (GLH) – a primeira organização exclusivamente lésbica de que se tem registro no estado. Influenciado pelo feminismo, a contracultura e o anarquismo, o grupo pretendia criar um canal de comunicação com suas iguais num mundo que as classificava como  invertidas.

O início da década de 1990 vê um florescer no número de organizações lésbicas do país, e algumas destas começam a publicar seus próprios boletins. Como exemplos, podemos citar o “Deusa Terra”, produzido pelo grupo paulista de mesmo nome entre 1991 e 1994, e a revista “Femme”, publicada de 1993 a 1996 pelo Afins – Grupo de Emancipação Lésbica, de Santos. Além dos contatos mantidos entre os grupos a partir da troca desses materiais, algumas publicações também permitiam que lésbicas buscassem amigas e parceiras através da publicação de anúncios para correspondências. É o caso da própria “Femme” e do boletim “Um Outro Olhar”, o sucessor do “ChanaComChana” – que, por sinal, também tinha uma seção de anúncios. Em 1995, o boletim “Um Outro Olhar” cedeu lugar para uma revista com o mesmo nome – comercializada até em bancas de jornal e que foi publicada até 2002.

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